terça-feira, 4 de junho de 2013

Chico Buarque de Hollanda

O ESCRITOR DE DIVERSAS PALAVRAS: CHICO BUARQUE

Buarque começou sua carreira como escritor ainda cedo, na sua adolescência, mais precisamente no ano de 1960, quando escrevera crônicas para o jornal Verbâmidas do Colégio Santa Cruz, no estado de São Paulo. Isso foi logo após sua volta ao Brasil, pois ele estava na Itália devido à necessidade de seu pai, que tinha de viajar por que fora transferido no trabalho. Nesta época já falava italiano e inglês fluentemente. Por estes anos também, já colecionava algumas marchinhas de carnaval um tanto “amadoras” criadas por ele mesmo.
Porém, sua vida oficializada como escritor iniciou-se em 1966, quando criou e publicou o conto Ulisses, em O Estado de São Paulo. O mesmo conto, Ulisses, mais tarde fora incorporado no seu primeiro livro, chamado: A banda – que trazia os manuscritos de suas primeiras canções.
Em 1974 escreveu a novela pecuária Fazenda Modelo, que na época teve grande repercussão entre apreciadores e adoradores da literatura. Anos depois, em 1979, lançou Chapeuzinho Amarelo e em 1981 A bordo do Rui Barbosa, grande poema da época de 60 que deixara marcas na sociedade em geral.
 Dos anos 80 para cá, Chico entrou em uma nova fase de sua vida, tem alternado diversas vezes entre a música e a literatura. Nesse espaço de tempo escreveu e gravou diversas canções sobre os mais diversos assuntos, sobretudo, sobre o amor e o romance.
Pelo lado literário lançou quatro livros nesta nova fase de sua vida: Estorvo, em 1991; Benjamim, em 1995; Budapeste, em 2003; e Leite derramado, em 2009. Entre estes grandes trabalhos literários podemos destacar fortemente três deles: Estorvo, Budapeste e Leite derramado, pois ambos os três ganharam o premio Jabuti(prêmio que seleciona os melhores da literatura brasileira desde 1959). A principal curiosidade é que tanto Budapeste, quanto Leite derramado, fora os escolhidos como Livro do Ano sem ganhar em suas respectivas categorias, o romance.


Budapest



O livro Budapest foi escrito e publicado em 2003. Contava a história de José Costa, o protagonista. Tudo começa no passado de José, que ainda jovem se tornara um escritor fantasma, escrevendo textos, discursos, cartas, artigos e  matérias para terceiros. Porém, tudo isso de forma anônima, ou seja, sem revelar que ele era o real criador daqueles textos. Com isso, abriu uma pequena firma com seu ex-colega de faculdade e amigo, Álvaro. Enquanto Álvaro administrava e cuidava de burocracia da agência, Costa tratava de fazer a verdadeira arte que gerava o lucro. Certo dia, José recebeu uma carta bastante misteriosa. Dentro dela estava um convite para uma convenção de “escritores fantasma”. José foi à convenção e simplesmente amou aquilo tudo, se divertiu muito. Com o passar do tempo, o casamento de José com Vanda fora se desgastando, estava cada vez mais distante de seu pequeno filho Joaquim, seu lugar dentro da agência estava sendo tomado por rapazes que podiam fazer exatamente o mesmo serviço dele, e suas viagens para fora do país se tornaram constantes, o que fez que ele se distanciasse cada vez mais de sua família e amigos. Em uma destas viagens, mais precisamente na volta da segunda convenção de escritores, fora obrigado a fazer escala em Budapest devido a problemas com o vôo. Neste momento conheceu Kriska(nome dado a todas as Cristinas da Hungria), uma bela moça européia, que logo se tornou amiga e amante de José. Kriska o chamava de Zsoze Kósta, e lhe ensinou o búlgaro, que por muitos é considerado a língua mais difícil do mundo e que nem o Diabo conseguiria dominá-lo. Entre muitas idas e vindas de José entre Budapest e Rio de Janeiro, ele fica dividido, pois ama duas mulheres e não sabe exatamente o que deseja da vida. José acha que sua esposa Vanda está lhe traindo com um ex-cliente, cujo escrevera uma autobiografia erótica, chamada O Ginógrafo. Com o tempo, percebe que não tem mais ninguém além de Kriska, ela é a única que ainda está ao lado dele; sua mulher e amigos já o substituíram. Mesmo percebendo isso, José erra diversas vezes com Kriska, fazendo com que até mesmo ela começasse à abandoná-lo. Porém, neste meio tempo em que estava na Hungria, José escrevera um poema salvador para um famoso escritor falido daquele lado do mundo, se tornando assim, um ghost-writer internacional. Logo após mais uma de suas voltas ao Rio de Janeiro, depois de anos, agora, José se instala em um hotel, pois percebeu que não tinha mais dinheiro algum, viu que Álvaro tinha partido para Brasília e que a agência já não existira mais, para casa não podia voltar, e nem para a Hungria, pois lá não era mais bem vindo. Quando sua situação estava prestes a ter um fim, algo muito inusitado acontece.

Nenhum comentário:

Postar um comentário