O
ESCRITOR DE DIVERSAS PALAVRAS: CHICO BUARQUE
Buarque começou sua carreira
como escritor ainda cedo, na sua adolescência, mais precisamente no ano de
1960, quando escrevera crônicas para o jornal Verbâmidas do Colégio Santa Cruz, no estado de São Paulo. Isso foi logo
após sua volta ao Brasil, pois ele estava na Itália devido à necessidade de seu
pai, que tinha de viajar por que fora transferido no trabalho. Nesta época já
falava italiano e inglês fluentemente. Por estes anos também, já colecionava algumas
marchinhas de carnaval um tanto “amadoras” criadas por ele mesmo.
Porém,
sua vida oficializada como escritor iniciou-se em 1966, quando criou e publicou
o conto Ulisses, em O Estado de São
Paulo. O mesmo conto, Ulisses, mais
tarde fora incorporado no seu primeiro livro, chamado: A banda – que trazia os manuscritos de suas primeiras canções.
Em 1974 escreveu a novela
pecuária Fazenda Modelo, que na época
teve grande repercussão entre apreciadores e adoradores da literatura. Anos
depois, em 1979, lançou Chapeuzinho
Amarelo e em 1981 A bordo do Rui
Barbosa, grande poema da época de 60 que deixara marcas na sociedade em
geral.
Dos anos 80 para cá, Chico entrou em uma nova
fase de sua vida, tem alternado diversas vezes entre a música e a literatura.
Nesse espaço de tempo escreveu e gravou diversas canções sobre os mais diversos
assuntos, sobretudo, sobre o amor e o romance.
Pelo lado literário lançou
quatro livros nesta nova fase de sua vida: Estorvo, em 1991; Benjamim, em 1995; Budapeste,
em 2003; e Leite derramado, em 2009. Entre
estes grandes trabalhos literários podemos destacar fortemente três deles: Estorvo, Budapeste e Leite derramado,
pois ambos os três ganharam o premio Jabuti(prêmio que seleciona os melhores da
literatura brasileira desde 1959). A principal curiosidade é que tanto Budapeste, quanto Leite derramado, fora os escolhidos como Livro do Ano sem ganhar em
suas respectivas categorias, o romance.
Budapest
O livro Budapest foi escrito
e publicado em 2003. Contava a história de José Costa, o protagonista. Tudo
começa no passado de José, que ainda jovem se tornara um escritor fantasma,
escrevendo textos, discursos, cartas, artigos e matérias para terceiros. Porém, tudo isso de
forma anônima, ou seja, sem revelar que ele era o real criador daqueles textos.
Com isso, abriu uma pequena firma com seu ex-colega de faculdade e amigo,
Álvaro. Enquanto Álvaro administrava e cuidava de burocracia da agência, Costa
tratava de fazer a verdadeira arte que gerava o lucro. Certo dia, José recebeu
uma carta bastante misteriosa. Dentro dela estava um convite para uma convenção
de “escritores fantasma”. José foi à convenção e simplesmente amou aquilo tudo,
se divertiu muito. Com o passar do tempo, o casamento de José com Vanda fora se
desgastando, estava cada vez mais distante de seu pequeno filho Joaquim, seu
lugar dentro da agência estava sendo tomado por rapazes que podiam fazer
exatamente o mesmo serviço dele, e suas viagens para fora do país se tornaram
constantes, o que fez que ele se distanciasse cada vez mais de sua família e
amigos. Em uma destas viagens, mais precisamente na volta da segunda convenção
de escritores, fora obrigado a fazer escala em Budapest devido a problemas com
o vôo. Neste momento conheceu Kriska(nome dado a todas as Cristinas da
Hungria), uma bela moça européia, que logo se tornou amiga e amante de José.
Kriska o chamava de Zsoze Kósta, e lhe ensinou o búlgaro, que por muitos é
considerado a língua mais difícil do mundo e que nem o Diabo conseguiria
dominá-lo. Entre muitas idas e vindas de José entre Budapest e Rio de Janeiro,
ele fica dividido, pois ama duas mulheres e não sabe exatamente o que deseja da
vida. José acha que sua esposa Vanda está lhe traindo com um ex-cliente, cujo
escrevera uma
autobiografia erótica, chamada O
Ginógrafo. Com o tempo, percebe que não tem mais ninguém além de Kriska,
ela é a única que ainda está ao lado dele; sua mulher e amigos já o
substituíram. Mesmo percebendo isso, José erra diversas vezes com Kriska,
fazendo com que até mesmo ela começasse à abandoná-lo. Porém, neste meio tempo
em que estava na Hungria, José escrevera um poema salvador para um famoso
escritor falido daquele lado do mundo, se tornando assim, um ghost-writer internacional. Logo após mais uma de suas voltas ao
Rio de Janeiro, depois de anos, agora, José se instala em um hotel, pois percebeu
que não tinha mais dinheiro algum, viu que Álvaro tinha partido para Brasília e
que a agência já não existira mais, para casa não podia voltar, e nem para a
Hungria, pois lá não era mais bem vindo. Quando sua situação estava prestes a
ter um fim, algo muito inusitado acontece.
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